As eleições 2022 oficialmente ainda não começaram, mas o clima de tensão já fez com que o Exército Brasileiro resolvesse mudar todo o seu planejamento para o ano, a fim de poder colocar de prontidão todo o seu efetivo durante o período eleitoral. A decisão ocorre por causa do temor quanto à possibilidade de haver conflitos violentos após o resultado das urnas.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, todos os 67 exercícios militares principais previstos para o ano, que se concentram no último trimestre, foram adiantados e deverão ser executados até no máximo setembro. A intenção é fazer com que os militares estejam 100% disponíveis para garantir a seguranças durante a eleição.
A única vez que houve uma mobilização semelhante a essa proporção foi na década de 1990, mas não por risco de confrontos e sim pela falta de dinheiro para manter todas as operações e o trabalho na eleição. A mudança de planejamento atual, no entanto, é algo inédito na história do país.
Generais e outros oficiais temem que a animosidade que consideram inevitável entre os diferentes grupos políticos possa descambar para incidentes pontuais de violência ou contaminar discussões nas disputas estaduais – levando ao eventual pedido de socorro às Forças, que já estarão mobilizadas para o pleito deste ano.
O presidente Jair Bolsonaro tem anunciado que as Forças Armadas vão participar de “todas as fases” da apuração dos votos junto ao Tribunal Superior Eleitoral, a fim de garantir maior transparência ao modelo do voto eletrônico. A expectativa é que isso elimine ou reduza a desconfiança dos seus apoiadores quanto à segurança das urnas.