O presidente Jair Bolsonaro foi convidado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a cerimônia de posse do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que será o próprio Fachin, o qual irá substituir o atual presidente da Corte, ministro Luiz Roberto Barroso.
O convite é uma formalidade, mas não deverá afastar o clima de tensão com o governo, especialmente após o Planalto ter recebido das mãos do Exército um relatório sobre supostas falhas no sistema eleitoral brasileiro, segundo informações do jornalista Robson Bonin, da Veja.
O jornalista informou em sua coluna que Bolsonaro foi atualizado na semana passada, durante um encontro formal com os comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, sobre o trabalho do chefe do Comando de Defesa Cibernética do Exército, general Heber Garcia, que integra um grupo de trabalho no TSE.
Conforme o ministro Barroso havia sugerido no ano passado, visando eliminar às desconfianças em relação à segurança das urnas eletrônicas, os militares passaram a integrar o corpo técnico que avalia o funcionamento do sistema eleitoral do país. Com base nisso, foi produzido um relatório com alguns questionamentos ao TSE.
Segundo Bonin, o “documento sigiloso sobre as supostas falhas” foi repassado ao Planalto, o que poderá alimentar a crítica do governo em relação ao TSE, caso o novo presidente da Corte, Edson Fachin, tenha uma visão diferente com relação ao trabalho dos militares, se comparado a Barroso.
“O governo trabalha com uma informação, não confirmada do lado do TSE, de que Fachin irá mudar essa configuração de trabalho com militares, aberta por Luís Roberto Barroso. A permanência de Heber no trabalho estaria inclusive sendo reavaliada pelo TSE, segundo fontes da caserna”, diz Bonin.