Numa escalada do conflito provocado contra a Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin resolveu ir além das suas fronteiras para recrutar combatentes dispostos a morrer por sua tirania. O ministro da Defesa, por exemplo, Sergei Shoigu, já disse que há 16.000 “voluntários” no Oriente Médio prontos para lutar ao lado das forças apoiadas pela Rússia.
A autorização partiu do próprio presidente russo. “Se você vê que há essas pessoas que querem por vontade própria, não por dinheiro, vir ajudar as pessoas que vivem em Donbas, então precisamos dar a elas o que elas querem e ajudá-las a chegar à zona de conflito”, disse Putin para Shoigu, segundo a BBC.
A inteligência dos Estados Unidos acredita que os voluntários dispostos a morrer por Putin são em sua maioria combatentes islâmicos da Síria. O grande interesse da Rússia nesses militares se deve à grande experiência em combate urbano, algo que está sendo visto como fundamental para conquistar Kiev, capital da Ucrânia.
Putin e o presidente sírio Bashar al-Assad possuem uma longa relação amistosa e de cooperação militar, o que explica o suposto voluntariado dos militares sírios para a guerra contra a Ucrânia. Pelas redes sociais, um vídeo onde vários combatentes sírios aparecem segurando um cartaz com a letra “Z” passou a circular nesta sexta-feira (11).
A letra “Z” foi adotada pelas forças de defesa russa como símbolo de apoio à invasão na Ucrânia, bem como de identificação das tropas. Analistas ouvidos também pela BBC relataram que essa é uma prática comum no campo de batalha, a fim de evitar o “fogo amigo”.
Ao mesmo tempo, o símbolo também possui o objetivo de causar impacto psicológico nos adversários. “Parece bastante intimidador e bem forte. De uma perspectiva estética, é um símbolo muito poderoso”, explicou Emily Ferris, pesquisadora especializada em Rússia e Eurásia no Royal United Services Institute (RUSI). Assista: