O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), general-ministro Luis Carlos Gomes Mattos, comentou sobre a repercussão de áudios divulgados pela jornalista Miriam Leitão, onde ministros do STM supostamente debocham da prática de tortura durante o regime militar.
Carlos Gomes falou que as notícias sobre os áudios são tendenciosas e que teriam motivações específicas. Ele, contudo, não deu maiores explicações sobre quais seriam esses motivos, dando a entender apenas que seriam de natureza política.
“Não temos resposta nenhuma pra dar, simplesmente ignoramos”, disse o general, que em outro momento afirmou que a repercussão dos áudios “não estragou a Páscoa de ninguém”, destacando que “a minha pelo menos, não estragou”.
Quem também comentou sobre os áudios foi o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, argumentando que os fatos do passado agora pertencem à história do país. O militar também deu a entender que a discussão atual sobre o tema, também é fruto de natureza política.
“Vai apurar o quê? Os caras já morreram tudo. Vai trazer os caras do túmulo de volta? Isso é história, já passou. Mesma coisa que a gente voltar na ditadura do Getúlio, né? São assuntos já escritos em livros e debatidos intensamente. É passado. Faz parte da história do país”, afirmou Mourão.
Os áudios divulgados por Míriam Leitão foram gravados nas décadas de 70 e 80. O material está sendo analisado pelo professor e historiador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Fico, que conseguiu acesso às gravações após decisão do Supremo Tribunal Federal, segundo a agência Senado. Assista: