Desde que foi publicada na manhã desta sexta-feira, a carta ao “Povo Brasileiro” e às “Instituições”, redigida pelas Forças Armadas, vem causando diferentes reações nos bastidores de Brasília. Isso, porque, o documento pareceu um recado não só para o Congresso Nacional, como para o ministro Alexandre de Moraes.
Essa suspeita, de fato, foi confirmada pela coluna da jornalista Thaís Oyama, do portal UOL, que obteve o testemunho de um oficial que estava na ocasião em que a carta foi redigida pelos comandantes das Forças Armadas.
O militar informou que a decisão do ministro Moraes por determinar a “imediata liberação” das vias supostamente obstruídas por cerca de cem caminhoneiros que estão em Brasília, aderindo aos protestos, além de multa de R$ 100 mil por hora em caso de desobediência, foi a “gota d’água” que fez os comandantes reagirem com a nota.
Segundo o oficial ouvido, a decisão de Moraes seria “uma tentativa do Judiciário de constranger pessoas que estão se manifestando democraticamente”. O militar também deixou claro que a nota não tem qualquer relação com pressão exercida pelo governo Bolsonaro.
“É uma posição dos comandantes das Forças. Essa é a mensagem”, afirmou o oficial, que destacou: “A nota é um alerta às instituições sobre os excessos que estão sendo cometidos por agentes públicos.”
O agente disse ainda que os comandantes dos quartéis onde protestos estão sendo realizados, afirmam que estão sendo pressionados “pelo STF, pelo Ministério Público e pelas Polícias Militares” para que removam os populares das respectivas regiões, mas que não irão fazer isso, uma vez que as manifestações – como a nota deixou claro – são legítimas!