O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, Anderson Torres, que estava atuando como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no governo Ibaneis Rocha, fez declarações em tom de desabafo durante uma audiência de custódia pela qual passou no dia 14 de janeiro.
Delegado da Polícia Federal com um vasto currículo, Torres se mostrou abatido por estar sendo acusado de omissão diante dos protestos que resultaram na invasão à sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, o que lhe fez parar na prisão antes mesmo de qualquer condenação.
“A audiência de custódia não é o local de falar nada sobre isso, mas quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos. Isso [a prisão] foi um tiro de canhão no meu peito”, disse Torres durante a audiência.
“Estou num momento em que eu, realmente, vendo ali os tipos penais que estão sendo imputados a mim, são coisas inimagináveis para uma pessoa como eu, então é muito difícil (…). Desculpe o desabafo, mas sendo acusado de terrorismo, golpe de Estado?! Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?”, questionou o ex-ministro.
Anderson Torres negou que tivesse incentivado a invasão e o vandalismo ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro, assim como questionamentos ao resultado da eleição presidencial 2022. Ele explicou, por exemplo, que a sua pasta foi a primeira a dar prosseguimento à transição governamental.
“O Ministério de Justiça e Segurança Pública foi o primeiro ministério a entregar os relatórios da transição. Eu jamais questionei resultado de eleição, não tem uma manifestação minha nesse sentido, eu fui o primeiro ministro a entregar os relatórios”, disse ele. O ex-ministro, contudo, permanece preso!