O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), participou de um encontro organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), ligado ao ex-governador de São Paulo João Doria, na capital portuguesa Lisboa, e na ocasião fez críticas ao ex-governo Bolsonaro.
No contexto, Mendes comentou o episódio em que o senador Marcos do Val acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de ter participado de uma reunião com o ex-deputado Daniel Silveira, onde um plano para grampear o ministro Alexandre de Moraes lhe foi apresentado, a fim de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Estamos retomando à normalidade, mas, claro, ainda com algum estresse e alguma preocupação”, disse ele, frisando que “os problemas que se acumularam durante os últimos 4 anos” estão em andamento.
“A gente estava sendo governado por uma gente do porão. Isso é um dado da realidade. Pessoas da milícia do Rio de Janeiro com protagonismo na política nacional, isso que resulta quando nós vemos a nominata desses personagens.”, disse o ministro do STF.
A crítica de Gilmar Mendes, na prática, reforça as críticas sobre o “ativismo judicial”, expressão já utilizada até mesmo pelo renomado jurista Dr. Ives Gandra Martins para se referir as posicionamentos de cunho político por parte dos magistrados do STF e outras cortes.
Este foi um dos principais motivos de crítica por parte de Bolsonaro e seus aliados, os quais acusam os ministros do STF, como Gilmar Mendes, de agir de forma politicamente enviesada contra o ex-governo, o que é negado pelos magistrados.
Sobre os atos de 8 de janeiro e as declarações de Do Val, Gilmar Mendes declarou: “Vamos aguardar a conclusão das investigações. Os contatos, as comunicações telefônicas, tudo isso será certamente investigado.”