O premiado jornalista Glenn Greenwald, conhecido por seu ativismo ligado à esquerda política, voltou a reagir contra o que ele considera escalada do autoritarismo judicial no Brasil, dessa vez criticando uma decisão do ministro Alexandre de Moraes contra o influenciador Monark.
Monark teve as suas redes sociais bloqueadas e foi intimado a depor na Polícia Federal (PF) em um prazo de até 5 dias. O motivo seriam supostos ataques ao sistema eleitoral brasileiro, após o influenciador tecer críticas ao modelo adotado no país.
Para Greenwald, a decisão de censurar as redes do influenciador é mais um caso que deve ser repudiado pelo jornalismo nacional, e não comemorado. “O que mais me choca na censura não é o apoio da esquerda (seus inimigos políticos estão sendo silenciados, então é previsível)”, comentou.
“É que os defensores da censura mais ferozes são jornalistas. Ver jornalistas defendendo a censura é como ver um cardiologista exaltando o cigarro”, completou Greenwald. Em outra publicação, o jornalista questionou as bases jurídicas de Moraes para tomar a decisão de bloquear as redes de influenciadores.
“Que fundamento jurídico tem Moraes para continuar a mandar silenciar comentadores nas redes sociais?”, perguntou. “Alguém se importa se ele tem uma base legal para isso, ou apenas reverenciamos nosso monarca benevolente?”
Citando ministra do STF, ele continuou: “Segundo Carmen Lúcia, a lei das Fake News que Moraes está usando para mandar censurar quem quer que seja expirou no dia seguinte às eleições de 2022. Mas quando se venera líderes autoritários, ninguém se importa se eles têm base legal para suas ordens.”
Segundo Carmen Lúcia, a lei das Fake News que Moraes está usando para mandar censurar quem quer que seja expirou no dia seguinte às eleições de 2022. Mas quando se venera líderes autoritários, ninguém se importa se eles têm base legal para suas ordens.https://t.co/udFR4IejdO
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) June 14, 2023