Ibaneis Rocha (MDB) perdeu a paciência com a interferência da Justiça no planejamento para a reabertura das atividades econômicas no Distrito Federal e criticou a decisão da juíza Kátia Balbino, que prorrogou a quarentena por mais uma semana.
O governador acredita que se as atividades não forem liberadas gradualmente, os comerciantes reabrirão seus estabelecimentos “na marra”, o que pode prejudicar todo o trabalho de combate à pandemia que foi realizado ao longo das últimas semanas.
Na próxima segunda-feira a juíza Kátia Balbino, da 3ª Vara da Justiça, receberá do GDF dados que comprovam condições de segurança satisfatórias para a reabertura do comércio já no dia 18 de maio.
O governador tomou essa decisão depois de se reunir com a própria juíza, representantes dos ministérios públicos do Trabalho e Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de secretários de estado do DF.
A tensão, no entanto, também se fez presente na reunião: “Sou uma pessoa que vem do Direito, conheço as leis e conheço a Lei Orgânica Distrito Federal. Um ato administrativo só pode ser questionado quando você viola qualquer uma das regras do artigo 37 da Constituição Federal. E eu não violei nenhuma delas nos atos que pratiquei e nem os violarei nos atos que vou praticar”, contextualizou Ibaneis.
“Quando eu digo que quero governar é porque a intervenção do Estado juiz, assim como a do Ministério Público, só deve ocorrer quando existe um desvio nos institutos do artigo 37 da Constituição”, acrescentou o governador, de acordo com o Jornal de Brasília.
O político acredita que a apresentação dos dados levará a juíza a revogar sua decisão, e que a tensão no diálogo se estendeu para outras áreas, já que durante o encontro, Balbino teria tentado ditar o rumo da conversa. “Eu disse a ela que aqui é o Palácio do Buriti e que quem manda aqui sou eu”, garantiu Ibaneis. “Eu aguardo que ela decida no prazo mais rápido possível, até porque a partir de hoje nós estaremos com as nossas campanhas educativas junto à sociedade do Distrito Federal”.