Em voto polêmico proferido nesta sexta-feira, abrindo um julgamento que poderá legalizar o aborto no Brasil, a ministra Rosa Weber apresentou argumentos que foram duramente criticados por figuras públicas e lideranças religiosas, por vários motivos.
Além do tom politizado, a magistrada teria diminuído a importância da figura masculina na reprodução humana, algo que, sabidamente, é necessário para que a vida humana seja gerada.
“A criminalização perpetua o quadro de discriminação com base no gênero, porque ninguém supõe, ainda que em última lente, que o homem de alguma forma seja reprovado pela sua conduta de liberdade sexual, afinal a questão reprodutiva não lhe pertence de forma direta”, diz Weber em seu voto.
Em outro trecho do seu voto, a ministra diz sugere que a mulher tem preferência de escolha em comparação à vida gerada em seu útero, já que em relação ao nascituro, trata-se de um “feto” ainda desenvolvimento.
“A depender do estágio de desenvolvimento biológico do feto, diminui-se o interesse em sua proteção face à precedência da tutela dos direitos da mulher”, escreveu a ministra. A ação em questão trata da legalização do aborto até 12 semanas, ou três meses, quando o bebê já possui todos os órgãos do corpo formato.
Para o jornalista e teólogo Geremias Couto, a ministra “simplesmente tratou o feto como lixo descartável.” Em outra publicação nas redes sociais, o religioso fez um apelo: “Unamos força, naquilo que nos compete, para evitar que o STF permita que os nossos filhos sejam entregues a Moloque e se transformem em lixo hospitalar.”