Após revelar que a “dama do tráfico” do Amazonas, esposa de um dos líderes do Comando Vermelho, foi recebida por assessores do ministro Flávio Dino, no Ministério da Justiça, em Brasília, o jornal Estadão publica agora um editorial onde afirma que “o crime organizado se infiltra na política”.
Além de ter sido recebida na Justiça, Luciane Farias também esteve no Ministério dos Direitos Humanos, tendo inclusive a sua passagem custeada pela pasta, segundo o portal Metrópoles.
“As facções criminosas vêm atuando politicamente sob o nome de entidades civis de fachada, em suposta defesa de causas sociais. Isso é um grave risco para o regime democrático”, afirma o Estadão.
Desde que essas informações passaram a circular na grande imprensa, membros do governo Lula passaram a sair em defesa de Dino, alegando haver uma suposta campanha “coordenada” para atacá-lo.
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação do governo, afirmou: “Os que imaginam que seremos acuados por ações orquestradas do crime organizado e das milícias bateram em porta errada. Todo apoio e solidariedade ao ministro Flávio Dino. As digitais dos milicianos e seus aliados estão cada vez mais nítidas.”
O Estadão, por sua vez, lembrou que a dama do tráfico foi “condenada em segunda instância a 10 anos de prisão – e recorrendo em liberdade –, Luciane Barbosa Farias apresentou-se em Brasília como presidente de uma associação, criada no ano passado, para defender os direitos dos presos.”
E completou “Segundo a Polícia Civil do Amazonas, a entidade é financiada com dinheiro do tráfico de drogas, atuando em benefício de detentos ligados ao Comando Vermelho.”
Em sua estadia paga em Brasília, Luciane Farias chegou a tirar foto com políticos como André Janones e Guilherme Boulos. Ambos disseram que não sabiam quem ela era e que o encontro foi aleatório, já que o Congresso é aberto ao público.