O Exército Brasileiro, através do seu comandante general Tomás Paiva, publicou a PORTARIA – C Ex Nº 2.125, de 29 de novembro de 2023, ativando o 18º Regimento de Cavalaria Mecanizado (18° R C Mec) com sede em Boa Vista, Roraima, a partir da transformação do 12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (12° Esqd C Mec).
O documento foi compartilhado pelo Coronel Márcio Amaro, atualmente no quadro de reservistas da Força Terrestre, que chegou a ironizar a publicação do Alto Comando: “Se isso é uma resposta aos devaneios do maduro, estão atrasados.”
O comentário do Coronel Amaro foi em referência à escalada da tensão entre Venezuela e a Guiana na fronteira Norte do Brasil. O ditador Nicolás Maduro vem ameaçando invadir o país vizinho para anexar a região de Essequibo, que corresponde a 75% do território guianense e é considerada uma das mais ricas do planeta.
Conforme a Tribuna de Brasília já noticiou, o Ministério da Defesa confirmou o reforço militar na região de Pacaraima, fronteira com a Venezuela, por ser considerado um local de acesso estratégico para a invasão à Guiana.
A portaria C Ex Nº 2.125 do último dia 29 não informa se a medida foi tomada por causa da tensão na fronteira, mas tudo leva a crer que sim, considerando o posicionamento recente da Defesa – veja aqui.
O receio dos militares brasileiros é de que a Venezuela queira atravessar para a Guiana usando trechos do território brasileiro, uma vez que o acesso pela Venezuela é de terreno difícil devido à floresta amazônica e ao tipo de relevo.
Isto é, a Guiana tem em seu favor a barreira natural do terreno acidentado que faz fronteira com a Venezuela, motivo pelo qual o território brasileiro é encarado como uma possibilidade de acesso facilitado para os venezuelanos, caso queiram invadir o país.
Para isso, no entanto, Maduro teria que obter o apoio do Brasil em sua invasão, pois do contrário estará violando a soberania brasileira em caso de incursão militar em solo nacional. Apesar de difícil, essa é uma possibilidade não descartada por parte de alguns analistas, já que o atual governo brasileiro é aliado do regime chavista.
A diplomacia do governo Lula, por sua vez, não deu sinais de que apoiará uma investida de Maduro contra a Guiana. Os esforços, neste sentido, tem sido para que ambos os países resolvam as suas diferenças no campo diplomático, algo que, após o referendo do último domingo, parece estar cada vez mais distante.