Conversas reveladas a pouco pela imprensa, após o levantamento de sigilo do inquérito que apura um suposto plano de golpe de Estado elaborado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, mostram o general Braga Netto, então candidato a vice-presidente, chamando o então comandante do Exército, general Freire Gomes, de “cagão”.
A crítica de Braga Netto foi durante uma conversa por um aplicativo de mensagens com o capitão da reserva Ailton Gonçalves Barros. Ambos tratavam, aparentemente, da possível reação das Forças Armadas diante do resultado das eleições presidenciais.
Ailton Barros afirmou que Freire Gomes estava “dificultando a vida do PR [presidente da República]”, quando Braga Netto, então, responde: “Infelizmente tenho que dizer que a culkpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do general Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”.
“Então vamos continuar na pressão e se isso se confirmar, vamos oferecer a cabeça dele aos leões”, responde Alton Barros, e Braga Netto confirma: “Oferece a cabeça dele. Cagão”.
Foi com base nessa conversa e também na gravação de uma reunião ministerial com Bolsonaro, onde o então presidente cobrou reação dos ministros antes das eleições, dando a entender que estava preocupado com a segurança do sistema eleitoral e queria medidas em prol de maior transparência, que a Polícia Federal realizou uma operação na última quinta-feira, tendo como alvo generais e o ex-presidente. Assista no link abaixo:
Em reunião, Bolsonaro cobrou ministros antes das eleições: ‘Precisamos reagir’