A expectativa em torno do depoimento prestado por Sérgio Moro à Polícia Federal em Curitiba (PR) era alta em todo o país, mas para muitos analistas, mostrou-se uma pilha de nada. O veterano jornalista Alexandre Garcia se valeu de uma ilustração para comentar o caso.
“Eu ouvi o delegado [Romeu] Tuma dizer que ‘saiu pouco café desse bule’. Se criou uma expectativa de muita coisa. O ex-juiz Moro, como ex-juiz, foi muito cuidadoso com seu depoimento. Parece que o máximo [que Moro disse] é que o chefe do governo está interferindo no seu governo. Vocês devem estar rindo, mas o que eu vou fazer? É o que está no noticiário: ‘Bolsonaro queria interferir nos ministérios’”, riu Garcia.
Os crimes atribuídos ao presidente por seus opositores não existem, conforme avaliado pela jurista Janaína Paschoal. Nesse cenário, Garcia avalia que o que Bolsonaro fez, na verdade, são prerrogativas do cargo conferido a ele por quase 58 milhões de eleitores: “Eu nunca ouvi uma coisa chegar a esse ponto, parece Teatro do Absurdo. Se o presidente não mandasse e nem interferisse nos seus ministérios, seria um banana. Até agora o depoimento não disse que o presidente pediu algum inquérito, que quisesse saber de alguma investigação”, acrescentou o jornalista.
Para concluir, Alexandre Garcia reiterou que toda a confusão é resultado de um exagero: “Eu diria que é, sim, muita espuma para pouco sabão”.