Ocorrerá amanhã, em Copacabana, no Rio de Janeiro, mais uma edição das manifestações organizadas pelo pastor e empresário Silas Malafaia, em conjunto com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e diversos aliados. O ator anterior foi realizado na Avenida Paulista em 25 de fevereiro, atraindo cerca de 750 mil pessoas, segundo dados da Polícia Militar paulista.
Agora, a expectativa de Bolsonaro e aliados é que o público que estará em Copacabana possa até superar o número de pessoas na Paulista, e isto por um motivo claro: as recentes denúncias do empresário Elon Musk contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O magnata tem feito acusações contra o magistrado, sendo a mais recente a de que o mesmo teria influenciado nas eleições brasileiras de 2022 através das suas decisões. As acusações ganharam ainda mais repercussão com o apoio de parlamentares do Congresso Americano, ligados ao ex-presidente Donald Trump.
Bolsonaro, por sua vez, tem deixado claro que o ato de Copacabana seguirá a mesma linha da Paulista, que é o caráter pacífico e de não ataque aos ministros do Supremo, nem às instituições brasileiras. O objetivo, segundo ex-presidente e aliados, é defender a democracia e as garantias individuais.
Com as denúncias recentes de Musk, porém, é muito provável que a manifestação desse dia 21 ganhe novos contornos, não só em número de pessoas, mas também nas pautas defendidas. Para o jornalista Paulo Capelli, por exemplo, não há dúvidas de que as acusações do bilionário contra Moraes “forneceu munição a Bolsonaro”.
“O vazamento de decisões sigilosas proferidas por Moraes também inflamou os críticos do ministro do Supremo”, diz o jornalista em sua coluna no Metrópoles, avaliando que o ex-presidente, por sua vez, se manterá cauteloso em sua fala. “Será um discurso mais em sua defesa do que de enfrentamento a Moraes, relator dos diferentes inquéritos que miram Bolsonaro na Suprema Corte”.
Em todo caso, o fato é que o efeito político de uma nova manifestação a essa altura do momento, quando o clima de tensão envolvendo as acusações de Musk contra Moraes continua alto, poderá ter contornos imprevisíveis nos rumos do atual governo brasileiro.