O ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, voltou à falar do Brasil durante uma coletiva de imprensa. É a segunda vez em que o mandatário envia mensagem indireta ao governo brasileiro, agora dizendo que “ninguém deve se intrometer” das questões internas do seu país.
“Temos fronteira e boa vizinhança com a Colômbia, Brasil e o resto do Caribe. Boa vizinhança: ninguém deve se intrometer nos assuntos internos da Venezuela porque nós não nos intrometemos nos assuntos internos de ninguém”, disse ele.
Horas antes, Maduro já havia mandado um indireta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o petista dizer que ficou “assustado” com a declaração de Maduro de que a Venezuela teria um “banho de sangue” caso ele perca a eleição presidencial do próximo domingo (28).
“Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, disse Lula. Maduro, por sua vez, respondeu:
“Eu não disse mentiras, só fiz uma reflexão. Quem se assustou, que tome uma camomila, porque este povo da Venezuela já passou por muita coisa e sabe o que eu estou dizendo. E na Venezuela, vai trunfar a paz”.
O ditador também atacou o sistema eleitoral brasileiro, sem provas, acusando-o de não ser auditável. “Temos o melhor sistema eleitoral do mundo, temos 16 auditorias”, disse ele. A comunidade internacional, porém, enxerga com desconfiança a segurança do processo eleitoral na Venezuela.