No dia em que o Supremo Tribunal Federal formou maioria pela continuidade do polêmico inquérito que investiga supostas “fake news”, o jornalista e apresentador Augusto Nunes publicou um artigo criticando a maneira como os ministros da mais alta Corte do país vêm atuando.
“Nos últimos dias, a reação provocada por supostas ameaças à democracia em geral e ao STF em particular confirmou que a corte virou faz tempo um arquipélago formado por 11 togas que se julgam onipotentes, oniscientes e onipresentes”, afirmou o jornalista.
“Intrometem-se em tudo, tudo regulamentam em decisões monocráticas e não prestam contas a ninguém. Como ministros do Supremo só podem ser julgados por ministros do Supremo, estão todos condenados à perpétua impunidade”, completou Nunes.
Augusto Nunes frisou que, como se espera em um país civilizado, crimes de ameaça não sejam confundidos com a liberdade de opinião, mas dando a entender que ao ordenar, por exemplo, mandados de busca e apreensão contra pessoas que criticam o STF, os ministros estariam cometendo ilegalidades.
“Quem propõe o fechamento do Supremo Tribunal Federal merece o desprezo dos genuínos democratas. Quem critica a opinião ou o comportamento de qualquer ministro exerce o direito à liberdade de expressão”, destacou o apresentador, considerado no meio jornalístico um dos grandes nomes do país.
Na sequência, Nunes buscou explicar que há uma diferença entre críticas ao STF e críticas aos ministros que compõem o STF, argumentando que, como figuras públicas, os magistrados estão sujeitos à reação do público como qualquer cidadão, sendo essas reações frutos da liberdade de expressão.
“Nenhum dos 11 indivíduos que compõem o STF é o Supremo. Quem tenta confundir-se com a instituição de que faz parte quer apenas livrar-se de legítimas manifestações de descontentamento”, afirmou Nunes, segundo informações publicadas pelo portal R7.