A operação desencadeada nesta sexta-feira (03) no âmbito da Lava Jato em São Paulo mirou o senador José Serra e a sua filha, Verônica Serra. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Serra recebeu, de uma só vez, R$ 4,5 milhões em propina.
Segundo a denúncia da força tarefa da Operação Lava Jato, em 2006 e 2007 Serra recebeu vários pagamentos da empreiteira Odebrecht em contas no exterior.
O nome do ex-governador de São Paulo teria sido apelidado de “Vizinho” no esquema de corrupção e aparece em e-mails trocados por Marcelo Odebrecht. “Em muitos deles, há menções expressas ao codinome ‘Vizinho'”, diz um trecho da denúncia enviada à Justiça pelo MPF.
Em troca do dinheiro, Serra teria permitido que a Odebrecht, junto com outras empresas, operasse um cartel, combinando os preços das obras para a construção do trecho sul do Rodoanel.
“No caso da Odebrecht, essa atuação servia para se atingir a meta de lucro real estabelecida para sua participação nas obras do Rodoanel Sul, pelo superintendente Benedicto Júnior, de 12% sobre o valor do contrato, o qual só foi possível de atingir diante da inexistência de competição no certame licitatório, em razão da formação prévia de um cartel”, afirmam os procuradores na denúncia, segundo a Agência Brasil.