O então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, trocou mensagens com o presidente Jair Bolsonaro no dia 12 de abril desse ano, antes da sua renúncia ao cargo no dia 24 do mesmo mês, segundo um relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal.
No documento, a PF revela que o presidente Jair Bolsonaro chamou atenção de Moro pelo fato do ministro, na época, ter defendido a prisão de cidadãos que foram acusados de violar medidas sanitárias durante a quarentena no novo coronavírus.
Ao compartilhar uma reportagem do Valor Econômico citando a defesa de Moro, Bolsonaro enviou a seguinte mensagem para o ministro: “Se esta matéria for verdadeira: Todos os ministros, caso queira (sic) contrariar o PR, pode fazê-lo, mas tenha dignidade para se demitir. —Aberto para a imprensa.”
Moro, por sua vez, argumento que a sua defesa estaria amparada pelo Código Penal Brasileiro, respondendo o seguinte, segundo o UOL: “O que existe eh(sic) o art 268 do CP. Não falei com imprensa.”
Estes fatos revelados só agora ajudam a compreender melhor o contexto da reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril, onde o presidente Jair Bolsonaro aparece mostrando indignação contra a prisão de pessoas por causa das medidas de isolamento adotadas em alguns estados.
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