No meio de uma semana conturbada devido ao conflito do poder Executivo com o Judiciário, o presidente Jair Bolsonaro recebeu o Conselheiro Nacional de Segurança dos Estados Unidos, Jake Sullivan. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e um detalhe chamou atenção: não estava na agenda de compromissos do governo.
Segundo informações do jornal O Globo, o encontro teria como foco principal interesses dos Estados Unidos no tocante ao cenário internacional, por exemplo, envolvendo a influência da China no leilão da tecnologia de telefonia móvel 5G, disseram fontes.
O representante do governo Biden, portanto, teria como missão realizar um encontro pragmático. Todavia, não foi apenas com Bolsonaro que Sullivan se encontrou. Ele também teve encontros com ministros do governo, entre eles o general Walter Braga Netto (Defesa) e Carlos França (Relações Exteriores), segundo informações do G1.
Além desses, também se encontraram com Sullivan o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, o ministro das Comunicações, Fábio Farias, e o secretário Especial para Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil, Almirante Flávio Rocha.
Apesar de Sullivan representar o governo do presidente Joe Biden, representante da esquerda americana, o encontro pode não ser visto com bons olhos pela esquerda do Brasil. Isso porque, a esquerda nacional é diferente da norte-americana em sentido ideológico.
Não seria interessante para os EUA, por exemplo, ver o Brasil voltar a ser governado por aliados da China, da Venezuela, Cuba, Rússia e de países de teocracias islâmicas, todos internacionalmente rivais dos americanos em diferentes aspectos. Portanto, é possível que a visita de Sullivan tenha tido um significado maior do que parece.