A Câmara dos Deputados está para votar no plenário da Casa a PEC do voto impresso, o que poderá ocorrer ainda hoje. Para tentar enriquecer o debate em favor dos que defendem a implementação da medida, a Jovem Pan ouviu o engenheiro Carlos Rocha, que na década de 1990 liderou o projeto de criação das urnas eletrônicas no Brasil.
Engenheiro formado no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Rocha liderou o desenvolvimento e a fabricação da urna eletrônica nos anos 1990, se tornando uma referência no assunto. Segundo ele, o sistema atual de apuração dos votos não é 100% seguro e precisa de aperfeiçoamento, como a implementação do voto auditável.
Em junho desse ano, Rocha já havia publicado um artigo, curiosamente na Folha de S. Paulo, criticando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela resistência em adotar novas medidas de segurança.
“Um instrumento confiável para viabilizar a auditoria dos resultados é tão importante para a democracia quanto o conteúdo do voto de cada eleitor. Além do voto auditável, mostra-se imperativo segregar as funções centralizadas no TSE e, assim, trazer governança de gestão ao sistema eleitoral”, diz ele no artigo.
“Quem realiza eleições não pode, também, desenvolver software, certificar equipamentos e programas, auditar os resultados e julgar eventuais desvios nas atividades. A segregação requer processos independentes do TSE para a certificação dos equipamentos e programas utilizados e a auditoria dos resultados da eleição após a votação”, destaca Rocha.
Assista o vídeo abaixo publicado pela deputada Carla Zambelli, uma das defensoras do voto auditável no Brasil:
Engenheiro Carlos Rocha um dos criadores da urna eletrônica usada no Brasil fala sobre o processo eleitoral brasileiro. pic.twitter.com/mO09g9COVW
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) August 10, 2021