Nas vésperas do 7 de setembro, quando aliados do governo prometem fazer uma grande manifestação em defesa de pautas como o voto impresso e pelo impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o comandante da Marinha do Brasil fez uma declaração em tom de confronto, repetindo a frase dita um dia antes pelo presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro havia dito que uma guerra não se ganha com flores e, portanto, “quem quer a paz” precisa “se preparar para a guerra.” O almirante de esquadra Almir Garnier Santos, por sua vez, repetiu ontem a frase em seu Twitter oficial ao divulgar uma operação da corporação.
“‘Si vis pacis, para bellum’ (Se quer paz, prepare a guerra)”, escreveu o comandante ao divulgar a Operação Poseidon 2021, mais um exercício das Forças Armadas realizado este ano, dessa vez feita no Navio Aeródromo Multipropósito ‘Atlântico’, onde esteve acompanhando o Ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. Ao todo, o treinamento mobiliza cerca de 830 militares das três Forças.
“A operação envolve militares e equipamentos da Marinha, do Exército e da Força Aérea”, informou Garnier. Devido aos rumores do apoio militar às manifestações de 7 de setembro, a declaração do comandante logo repercutiu na imprensa.
Os atuais comandantes das Forças Armadas têm demonstrado alinhamento ao presidente Bolsonaro, inclusive nas redes sociais. Críticos veem nisso um motivo de preocupação, mas tanto o ministro da Defesa, Braga Netto, quanto os demais comandantes, já declararam que as Forças permanecem comprometidas com a Constituição Federal.
Embarcando no Navio Aeródromo Multipropósito “Atlântico”, acompanhando o Ministro da Defesa, para a Operação Poseidon 2021.
A operação envolve militares e equipamentos da Marinha, do Exército e da Força Aérea.
“Si vis pacis, para bellum” (Se quer paz, prepare a guerra). pic.twitter.com/mGBt5tYlw0
— Comandante da Marinha (@ComandanteMb) September 2, 2021