O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta segunda-feira (8) uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na qual foi determinada a cassação do mandatado do deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR), após ter sido acusado de propagar “fake news” contra a segurança das urnas eletrônicas.
“A cassação dele foi um estupro, por ter feito uma live 12 minutos antes. Não influenciou em nada, ele era deputado federal, foi uma violência, mesmo que por ventura alguém não goste dele aqui”, afirmou o presidente para apoiadores. Francischini gravou um vídeo insinuando ter havido fraude no primeiro turno das eleições de 2018.
Na mesma ocasião, Bolsonaro disse ter mudado de posição em relação ao voto eletrônico, alegando que agora confiará no sistema por causa da participação das Forças Armadas em todo o processo de realização e apuração das eleições, conforme sugerido pelo ministro Luiz Roberto Barroso em agosto passado.
“Tenho tranquilidade, porque o voto eletrônico vai ser confiável ano que vem. Por quê? Porque tem portaria do presidente do TSE, o Barroso, convidando entidades para participar das eleições, entre elas as nossas, as suas Forças Armadas”, explicou Bolsonaro ao se dirigir aos apoiadores.
“Já que fomos convidados [os militares], aceitamos e passamos a acreditar no voto eletrônico e nós, das Forças Armadas, com as suas equipes de inteligência, participaremos de todo o processo eleitoral lá do código-fonte até a sala secreta”, completou.
A defesa do voto impresso e auditável, segundo Bolsonaro, ainda seria “o ideal”, mas com a mudança sugerida por Barroso, ele considera que este assunto poderá ser “encerrado”. Essa foi uma das principais pautas das manifestações ocorridas no último 7 de setembro, quando só em Brasília cerca de 400 mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios.
Pelas redes sociais, alguns apoiadores do presidente viram com desconfiança a mudança de discurso de Bolsonaro em relação às urnas, enquanto outros atribuíram a compreensão do fato à grande confiança no trabalho que as Forças Armadas vão realizar nas eleições, como uma das entidades convidadas para a participação das apurações.