Autoridades de saúde globais disseram que estão monitorando uma nova variante COVID-19 identificada pela primeira vez em Botswana, após a Organização Mundial de Saúde emitir um alerta dizendo que a nova cepa, apelidada de omicron, é uma variante “muito preocupante”.
Anteriormente batizada como variante B.1.1.529, a OMS exortou os países a intensificar o monitoramento e a vigilância da nova cepa, citando o alto número de mutações e as primeiras indicações de que o vírus estava se espalhando na África do Sul de forma aparentemente mais rápida que outras mutações.
A agência global de saúde disse que ainda não está claro se a variante é mais transmissível ou se possui um nível de letalidade maior que as variantes já conhecidas, ou se pode afetar de alguma forma a eficácia das atuais vacinas. Segundo a OMS, será preciso mais tempo para saber essas informações com maior precisão.
Os cientistas já confirmaram 87 casos da nova variante, sendo 77 na África do Sul, seis em Botswana, dois em Hong Kong e um em Israel e na Bélgica, embora centenas de diagnósticos estejam em andamento para tentar identificar possíveis contaminações em outras regiões do planeta.
“Não sabemos muito sobre isso ainda”, disse a líder técnica do WHO COVID-19, Dra. Maria Van Kerkhove, em um briefing “Ask WHO” na quinta-feira. Mas a preocupação com essa variante decorre de seu “grande número de mutações”, disse Kerkhove, que poderia “ter um impacto no comportamento do vírus”
O Dr. Anthony Fauci, principal conselheiro médico da Casa Branca (EUA), disse à CNN nesta sexta-feira que cientistas dos Estados Unidos e da África do Sul discutirão a nova variante, já que as primeiras indicações sugerem que ela pode estar se espalhando na África do Sul.
“Literalmente”, afirmou Fauci, “é algo que, em tempo real, estamos aprendendo cada vez mais.” As preocupações com esta variante já levaram o Reino Unido, a UE e a Índia a propor restrições de viagens da África do Sul. A Organização Mundial da Saúde, por sua vez, está pedindo calma, dizendo que é prematuro fechar as fronteiras.
Existem milhares de variantes do COVID-19, com novas surgindo o tempo todo. Normalmente, novas variantes desaparecem rapidamente porque são superadas por uma cepa mais dominante.
A variante delta, por exemplo, agora dominante, é tão altamente transmissível que a maioria das novas variantes que surgiram nos últimos meses não conseguiu se firmar. Nos Estados Unidos, a variante delta compreende cerca de 99,9% de todos os casos notificados.
Dr. John Brownstein, do escritório de inovação do Boston Children’s Hospital e colaborador da ABC News, afirmou que não é o momento para o mundo entrar em desespero. “É aqui que temos que responder com cautela, sem provocar pânico, porque isso pode facilmente se tornar uma variante semelhante a outras que nunca foram realmente consideradas preocupações globais”, disse ele.
Cientistas em todo o mundo monitoram constantemente todas as variantes recém-surgidas para ver se estão se espalhando de forma significativa, e as autoridades de saúde globais disseram que estão monitorando essa nova variante de perto.
A Pfizer e a parceira BioNTech disseram que conduzirão experimentos para ver se a nova variante pode diminuir a eficácia da vacina. Especialistas em vacinas disseram que as vacinas COVID-19 atuais, que dependem de tecnologia genética, podem ser facilmente atualizadas para combater melhor as variantes emergentes – embora até agora isso não tenha sido necessário.
Oito variantes estão sendo monitoradas pela OMS, que designa cepas particularmente preocupantes como variantes de “interesse” ou “preocupação”. Quando não representam mais uma ameaça significativa à saúde pública, as variantes são reclassificadas – até agora, durante a pandemia, 13 foram removidas da lista da OMS. Com: ABC News.