A divulgação do vídeo da reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro, autorizada nesta sexta-feira (22) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, causou um verdadeiro alvoroço nas redes sociais e mídias em geral.
Isso porque, o que muitos esperavam em relação às acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro, contra o presidente Bolsonaro, o vídeo da reunião ministerial não parece ter trazido em termos de contundência em seu conteúdo, o que chama atenção para a decisão de Celso de Mello.
O jornalista Milton Neves comentou sobre a decisão do ministro, ironizando a divulgação do vídeo da reunião ministerial.
“Até agora, 18h36, pergunto: é só isso? Se este vídeo não apresentar “lances espetaculares” contra Bolsonaro mais pra frente, vão pensar que Celso de Mello virou cabo eleitoral do atual presidente. Aguardemos…”, escreveu o jornalista.
No vídeo da reunião, Bolsonaro aparece fazendo cobranças aos seus ministros, usando palavrões e demonstrando preocupação com a liberdade da população no tocante à possíveis ditaduras, defendendo por isso a posse de armas.
Aliados e até críticos do presidente, como a advogada Janaína Paschoal, reconheceram que o conteúdo do vídeo da reunião ministerial trouxe apenas, aparentemente, uma versão mais explícita de Jair Bolsonaro, reforçando o que seus eleitores já conhecem a seu respeito.
“Eu não sei se eu estou vendo a fita que vinha sendo anunciada. Realmente não sei. A fita que eu estou vendo reelege o presidente”, escreveu Janaína Paschoal em sua conta no Twitter.
No tocante ao objeto central sobre o inquérito aberto para apurar às acusações do ex-ministro Sérgio Moro, isto é, de que Bolsonaro teria feito ameças e pressionado o ex-juiz na reunião, insinuando interferência na Polícia Federal, a gravação não reforça essa tese.
Em seu contexto de fala, Bolsonaro dá a entender que se preocupa com a segurança física, dele e da sua família, inclusive com a de amigos, e não com questões de ordem jurídica envolvendo supostas investigações contra os seus filhos.
Em todo caso, o material ainda será melhor analisado e novos capítulos deverão ser anexados ao inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal.
Até agora, 18h36, pergunto: é só isso? Se este vídeo não apresentar “lances espetaculares” contra Bolsonaro mais pra frente, vão pensar que Celso de Mello virou cabo eleitoral do atual presidente. Aguardemos…
— Milton Neves (@Miltonneves) May 22, 2020