Considerada a maior rede social do planeta, o Facebook resolveu não acatar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, pela suspensão de vários perfis bolsonaristas dentro e fora do Brasil.
Segundo uma nota divulgada pela empresa, o ministro teria ultrapassado o limite ao querer proibir o uso dos perfis até mesmo em outros países. Com isso, o Facebook disse que vai recorrer da decisão.
“Respeitamos as leis dos países em que atuamos. Estamos recorrendo ao STF contra a decisão de bloqueio global de contas, considerando que a lei brasileira reconhece limites à sua jurisdição e a legitimidade de outras jurisdições”, diz nota da assessoria de imprensa do Facebook, segundo o Valor.
Deputados ouvidos pelo blog O Antagonista comemoraram a reação da plataforma: “A reação do Facebook foi acertada. Eles sabem que há linhas que não se devem cruzar. O ministro cruzou essa linha e, se o Facebook acatar o pedido, se colocará na mesma linha ditatorial e não respeitadora da liberdade de expressão”, afirmou Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL).
Para Otoni de Paula (PSC), “está ficando cada vez mais claro, para o mundo inteiro, que há no Brasil uma escalada do autoritarismo judicial”, enquanto que para a deputada Alê Silva (PSL), Moraes estaria agindo de forma ditatorial.
“Estou achando que Moraes, com todo esse ‘complexo de dono do mundo’, é a reencarnação de Hitler, só pode”, disse ela.
Além do Facebook, o Twitter também se manifestou contra a decisão de Moraes, alegando que ela é “desproporcional” e que vai de encontro à liberdade de expressão dos cidadãos afetados. Diferente do Facebook, o Twitter acatou a decisão de Moraes, mas disse que também irá recorrer da medida.
“O Twitter bloqueou as contas para atender a uma ordem judicial proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora não caiba ao Twitter defender a legalidade do conteúdo postado ou a conduta das pessoas impactadas pela referida ordem, a empresa considera a determinação desproporcional sob a ótica do regime de liberdade de expressão vigente no Brasil e, por isso, irá recorrer da decisão de bloqueio”, informou a empresa em nota, conforme notícia da Tribuna de Brasília.