O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro, acusando o seu governo de não ter uma “agenda anti-corrupção”, além de criticar a intenção manifesta pelo chefe do Executivo de favorecer o armamento da população.
“Não se resolve o problema da segurança pública armando as pessoas”, nem se faz “oposição à distanciamento social armando a população, disse Moro. “Até certo ponto, a flexibilização é justificável. Mas acho que, por exemplo, defender o porte de armas, ser muito flexível, tem que ser visto com maior cuidado.”
A declaração de Moro foi durante uma entrevista para a rádio Banda B, parceira do Metrópoles, na manhã desta quarta-feira (22). O ex-ministro ainda voltou a falar sobre uma possível candidatura política, mas assim como em outras ocasiões, tangenciando a questão.
“Acabei de sair do governo e vou precisar me adaptar à vida privada. Minha preocupação imediata diz respeito ao país hoje. Não estou pensando lá em 2022, 2026”, disse ele.
Moro ainda reiterou suas críticas ao governo, fazendo referência às denúncias de suposta interferência na Polícia Federal por parte do presidente, algo que ainda não foi comprovado no âmbito judicial, muito embora o inquérito que apura este caso continue em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
“A gota d’Água para mim foi a questão da Polícia Federal. E tinha também outras divergências, como essa questão da pandemia, por exemplo. A gente começa a pensar: ‘Bem, o que estou fazendo aqui?’”, disse ele.
Por fim, Moro fez comparação entre o governo de Bolsonaro e o do ex-presidente Lula, do PT. “Todo governo tem seus méritos e deméritos, mas, aparentemente, os dois não têm uma agenda anti-corrupção”, disse ele.