Depois que saiu do governo federal, onde ocupava o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sérgio Moro iniciou uma série de atividades, entre elas a de colunista em duas mídias do país, o jornal O Globo e a revista Crusoé.
Como de práxis, todavia, Moro recebe um valor de R$ 30 mil referente ao período que atuou como ministro. Se trata de uma “mesada” paga por seis meses a pessoas que ocuparam elevados cargos públicos e tiveram acesso a informações privilegiadas, como uma forma de auxílio para uma transição mais segura.
Todavia, para o subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado, que apresentou um pedido ao Tribunal de Contas da União para que o ex-ministro tenha o salário suspenso, ao exercer trabalho supostamente remunerado como colunista, Moro deveria perder esse direito.
“Privilegiado com a autorização da Comissão de Ética Pública, é de conhecimento que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sr. Sérgio Moro, vem acumulando funções em diversos veículos de comunicação, dentre os quais a revista ‘Crusoé’ e o jornal ‘O Globo’”, diz Furtado, segundo o UOL.
Para Furtado, o exercício de atividade privada contraria o objetivo de fornecer o pagamento de R$ 30 mil ao ex-funcionário público, que é de manter em sigilo informações privilegiadas do governo. Ao se tornar colunista, Moro estaria, então, contrariando esse preceito.
O subprocurador explicou que Moro pode atuar no setor privado, desde que “não se valha das informações privilegiadas que detém”, pois do contrário configuraria “irregularidade quando o ex-ministro recebe recursos públicos para deixar de trabalhar quando, em verdade, está trabalhando”.
Ainda segundo o UOL, no entanto, o jornal O Globo frisou que Moro não possui vínculo formal com a empresa, mas que apenas assinou um artigo. Não obtivemos informações sobre a posição da revista Crusoé.