Uma mensagem “vazada” no último domingo, enviada pelo ministro Celso de Mello, do STF, onde comparou o governo Bolsonaro à ascensão nazista, foi rebatida pelo Ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Ramos.
Mello escreveu: “É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar, quando Hitler não hesitou em romper e nulificar a progressista, democrática e inovadora Constituição de Weimar.”
“O ‘ovo da serpente’ parecer estar prestes a eclodir no Brasil!”, completou Mello, ressaltando que a “intervenção militar, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, nada mais significa, na novilíngua bolsonarista, senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar!”, acrescentou o magistrado.
Ramos, por sua vez, rebateu o ministro através de uma publicação em sua rede social: “Comparar o nosso amado Brasil à ‘Alemanha de Hitler’ nazista é algo, no mínimo, inoportuno e infeliz. A Democracia Brasileira não merece isso. Por favor, respeite o Presidente Bolsonaro e tenha mais amor à nossa Pátria!Bandeira do Brasil.”
Em outra postagem, Ramos destacou a boa relação que possui com o presidente Bolsonaro, externando apoio ao seu governo.
“Tenho orgulho de estar trabalhando no governo Bolsonaro. Sou seu amigo pessoal há mais de quarenta anos e sei dos ataques injustos que ele sofre de todos os espectros políticos. Assim como ele, respeito as instituições e os valores democráticos do país. Estamos juntos, Presidente!”, escreveu.
Tensão em Brasília
A mensagem de Celso de Mello aumentou o clima de tensão na Capital Federal, visto que desde a semana passada o Executivo já havia criticado fortemente a Suprema Corte, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes em ordenar buscas e apreensões em 29 endereços de pessoas ligada à base de apoio do Planalto.
O clima político em Brasília ainda é tenso e a tendência é que não deverá aliviar, visto que já estão marcadas manifestações pró e contra o governo para o próximo final de semana, em várias regiões do país.