Foi aprovada na noite de ontem (6), na Câmara dos Deputados, por 382 votos a favor, 118 contra e 3 abstenções, a Reforma Tributária proposta pelo atual governo. A pauta foi apresentada em tempo recorde e agora deverá ir ao Senado Federal para apreciação da Casa Alta.
Ao longo da quinta-feira, opositores do governo Lula tentaram se articular para barrar a votação da Reforma, argumentando que não houve discussão suficiente para a formação do texto final. O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou a fazer uma reunião para fechar questão sobre o assunto.
Mesmo com a orientação de Bolsonaro para que os deputados da sua base não votassem favorável à Reforma, 20 parlamentares do PL votaram “sim” para a proposta, mostrando que o partido vem tendo dificuldades de se manter unido em questões sensíveis.
O número expressivo de 382 votos a favor e 118 contra indica que a oposição não tem conseguido se manter unida, mesmo com a influência do ex-presidente Bolsonaro, que neste caso acabou atraindo uma imagem negativa de derrota quanto ao seu poder de atuação nos bastidores.
Lula, por sua vez, sai vitorioso, mas não com motivo de orgulho. Isso, porque, o petista liberou R$ 7,5 bilhões em emendas parlamentares (antes chamado “orçamento secreto”) nos últimos dois dias, ciente de que precisaria de apoio na Câmara.
Desse montante, R$ 5,25 bilhões foram só para emendas individuais de transferência especial, apelidada de “emenda Pix”. A modalidade dificulta o rastreio do destino final do dinheiro, segundo informações do Metrópoles.
Isto sugere, que, se por um lado a oposição não está conseguindo se manter unidade, por outro, o governo vem precisando “comprar” apoio na Câmara, a fim de fazer passar as pautas do seu interesse. A questão, diante disso, é saber até quando o Planalto terá à sua disposição tanto recurso para conseguir manter essa política de troca-troca.