O general Augusto Heleno, ex-comandante do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República durante o governo Bolsonaro, participou como convidado da CPI que investiga os atos de 8 de janeiro, em Brasília, no âmbito da esfera distrital, onde deu esclarecimentos sobre a sua atuação durante o período.
Apesar de já não estar mais no comando do GSI em janeiro, Heleno foi chamado para depor na Comissão distrital, onde apresentou a sua versão dos fatos. Na ocasião, ele defendeu a legitimidade das manifestações que antecederam à invasão da sede dos Três Poderes, no dia 8.
Quanto ao vandalismo registrado no dia 8, o general da reserva do Exército negou que o episódio tenha sido uma tentativa de golpe. Isso, porque, segundo Heleno, os protestos foram descoordenados e não tiveram uma liderança clara, sendo mais caracterizados como manifestação de “insatisfação” dos envolvidos.
“O tratamento que estão dando para a palavra ‘golpe’ não é adequado. Golpe precisa ter líderes, líder principal, não é uma atitude simples, ainda mais em um país como o Brasil”, disse ele na CPI. “Esse termo golpe está sendo empregado com extrema vulgaridade.”
“Não é uma coisa simples de se avaliar que uma manifestação, uma demonstração de insatisfação possa se caracterizar um golpe”, completou o militar aposentado. Heleno também defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que ele fez a sua parte no tocante ao equilíbrio entre os poderes.
“A atitude mais séria é fazer um rompimento declarado com o STF. Houve uma série de atitudes do STF que poderia desagradar uma parte da população, o presidente. Mesmo com a corda esticada, ele conduziu com tranquilidade”, explicou Heleno.
O ex-GSI concluiu, ainda se referindo a Bolsonaro: “Eu sempre atuava como poder moderador. Me cabia trabalhar em prol da Segurança Institucional. Ele passou o mandato todo sendo massacrado e conseguiu manter a tranquilidade, a calma.”