O terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vem agradando boa parte dos eleitores, o que já está sendo repercutido até por setores da imprensa historicamente aliados à agenda política de esquerda, o o jornal Folha de S. Paulo, que publicou um artigo esta semana fazendo alusão à essa realidade.
“Há mais brasileiros achando que a economia piorou nos últimos meses do que os que enxergam melhora. Aumentou a taxa dos que veem mais inflação e desemprego à frente e cresceu os que observam piora em sua situação pessoal. A balança pende para o negativo com o enorme peso e a opinião da quase metade que votou em Bolsonaro”, diz o texto publicado pelo jornal.
O artigo ressalta que a vitória de Lula, em 2022, foi por uma pequena margem, sugerindo que a força da oposição, agora, com resultados negativos do atual presidente, poderá crescer exponencialmente, fazendo com que a manutenção do seu governo esteja “por um triz”.
Isto é, se o governo não corrigir os rumos atuais, poderá ficar insustentável para a próxima disputa eleitoral, em 2026, ou mesmo estará vulnerável a pedidos de impeachment em casos de oportunidade agravante, tendo em vista que esse é um processo muito mais político do que jurídico.
“Lula segue chovendo no molhado, falando muito para quem gosta e vota nele. Já seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), convocado para atrair moderados, é figura tão apagada em seu governo quanto políticas e declarações voltadas ao centro e à centro-direita”, ressalta o texto.
Por fim, o artigo diz que muitos votaram em Lula por “repulsa” ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e não necessariamente por apoiar as ideias do petista na íntegra. Com isso, finaliza sugerindo que o surgimento de um “bolsonarista minimamente civilizado” poderá ser um grande atrativo.
“Bolsonaro estará fora da urna em 2026. Mas, neste momento, não é improvável que mais da metade do país só esteja à espera de um bolsonarista minimamente civilizado”, conclui artigo da Folha.