Conforme noticiado pela Tribuna de Brasília na quinta-feira (27), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela anulação da validade da delação do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em que o próprio ministro é um dos acusados de receber propina pela venda de sentenças judiciais.
Em vez de se declarar suspeito, portanto, Toffoli acabou por agir em favor dele mesmo, tomando uma decisão formada maioria pelos ministros do STF. Todavia, para o seu colega Marco Aurélio de Mello, a participação do ministro pode ser classificada como “a pior coisa para um juiz”.
“Eu, no lugar dele, teria me declarado impedido ontem, porque a comunidade jurídica e os leigos não entendem isso. Julgar em causa própria é a pior coisa para o juiz. Eu esperava que ele saísse do processo. No lugar dele, eu teria saído”, afirmou Marco Aurélio ao comentar o caso nesta sexta-feira.
Marco Aurélio ainda admitiu que atitudes como essa que partiu de Toffoli acabam endossando uma série de críticas feitas aos ministros do STF, o que leva ao desprestígio da Suprema Corte enquanto instituição que precisa ser respeitada.
“Por isso é que o Supremo hoje em dia quase não é levado a sério. Isso é péssimo em termos institucionais. Perde a instituição. Não estou atacando o colega, estou defendendo a instituição que integro”, destacou ele, segundo o UOL.
Toffoli não se declara suspeito e vota pela anulação de delação em que foi acusado