O motoboy Wellington Luiz Firmino está entre os últimos réus condenados no âmbito do inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e vandalizadas por manifestantes. O jovem foi sentenciado a 17 anos, sendo 15 de prisão e dois de detenção.
Aos 34 anos, o jovem que é de Sorocaba, São Paulo, defendeu a sua inocência diante das acusações, afirmando que não possui antecedentes criminais e é um trabalhador. Ele foi condenado pelos supostos crimes de abolição ao estado democrático, golpe de estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio tombado, segundo o G1.
Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes rebateu os argumentos da defesa do réu, dizendo que “embora a defesa alegue que a entrada do réu no Congresso Nacional tenha ocorrido para fazer turismo, o que se observa é que o réu adotou intensa postura de comemoração pela ‘tomada’ do prédio.”
Wellington, por sua vez, discordou da decisão. “Trabalho desde os meus 12 anos de idade, sou gerador de emprego e não um criminoso. Segundo as leis que estão sendo aplicadas a mim, um traficante ou assassino tem mais direitos que eu”, comentou o agora condenado.
“Sou inocente, apenas exerci meu direito de levantar a bandeira do meu país ao ponto mais alto de Brasília, com total permissão das autoridades que estavam ali naquele local. Não quebrei absolutamente nada, muito pelo contrário, filmei os que realmente estavam fazendo qualquer dano ao patrimônio público. Fui condenado pelo Supremo por razões sem qualquer provas, com viés político”, completou.
Ao comentar a notícia da condenação de Wellington, o bilionário Ellon Musk, proprietário da rede social “X”, o antigo Twitter, disse que “a menos que falte alguma coisa aqui, a punição é muito superior ao crime” praticado pelo rapaz. Essa é a primeira manifestação direta que o empresário faz em referência a um réu investigado por atos antidemocráticos.