Em um evento realizado no último sábado, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro, insinuando que o resultado das eleições no ano passado não teria sido fruto da vontade popular, mas sim de interferências externas.
A fala de Bolsonaro foi em alusão aos posicionamentos recentes de membros do Judiciário, como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que no mês passado fez uma declaração polêmica ao dizer que o STF enfrentou a operação Lava Jato, considerada por muitos a maior operação anticorrupção na história do país.
“Supremo enfrentou a Lava-Jato. Do contrário, eles (os políticos) não estariam aqui, inclusive o presidente da República. Por isso, é preciso compreender o papel que o tribunal jogou. Se hoje temos a eleição do presidente Lula, isso se deveu ao Supremo Tribunal Federal”, afirmou o ministro, segundo o Estado de Minas.
No último sábado, portanto, Bolsonaro comentou: “Ninguém entende o que aconteceu em outubro do ano passado. Se eu sou o ex mais querido do Brasil, não sou ex por causa do povo.”
“A grande maioria do povo está conosco. Isso que aconteceu, dispenso palavras. Vocês bem sabem quem interferiu e quem decidiu nas eleições. Repito, quem decidiu não foi o povo. O povo não foi respeitado. Mas vamos considerar o ano passado uma página virada”, completou o ex-presidente, sem apresentar provas da suposta interferência citada por ele.
Bolsonaro, contudo, frisou que as eleições do ano passado são uma página virada, e que os acontecimentos recentes servem de lição para a população. “Os fatos dessa semana, ocorridos entre dois poderes em Brasília, bem demonstram o quão podre é este sistema, por quanto tempo esse sistema dominou o nosso Brasil”, declarou.
“Eu quero dizer a vocês que pesem as feridas, os ataques, as perseguições, aquilo que realmente nós não merecemos, mas isso tudo serve de vacina para nós garantirmos o futuro dessa garotada”, completou Bolsonaro, segundo a Folha de S. Paulo.