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Alvo de quebra de sigilo, advogado de Adélio já trocou celular ‘mais de 20 vezes’

Alvo de quebra de sigilo, advogado de Adélio já trocou celular 'mais de 20 vezes'

Foto: reprodução/Google/redes sociais

Um dos fatos mais intrigantes sobre a tentativa de assassinato envolvendo o presidente Jair Bolsonaro em 2018, na época candidato à presidência, é sobre quem teria financiado a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, que em poucas horas teve à sua disposição não só um, mas vários advogados renomados que chegaram a usar até jatinho particular para se deslocar ao seu encontro.

Após a decisão judicial do TRF-1, no entanto, que derrubou uma ação da OAB em favor do advogado de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, autorizando a quebra de sigilo do celular do defensor, esse mistério sobre o pagamento da defesa do criminoso poderá ser esclarecido.

Zanone, no entanto, revelou à coluna da jornalista Mônica Bergamo esta semana, que já trocou de celular “mais de 20 vezes” desde o episódio em 2018. O advogado ainda afirmou não temer a retomada das investigações sobre o seu aparelho.

O defensor de Bispo disse, no entanto, que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar bloquear a devassa, que foi autorizada nesta quinta-feira (25). “Ela é uma agressão a todos os advogados do país. Em meu celular estão conversas com todos os meus clientes, que têm direito à confidencialidade. É uma cláusula absoluta da democracia”, afirmou.

A reabertura do processo sobre a facada vai servir para tentar descobrir se houve um mandante por trás da tentativa de assassinato ou se Adélio agiu sozinho apenas. Além disso, a PF também quer descobrir quem pagou a defesa de Adélio.

Para isso, policiais pretendem analisar dados do celular do advogado de Adélio, além de dados bancários e outras informações. “Eu acredito que não vão encontrar nada”, afirmou Zanone. “Eu troco de telefone a cada dois meses”, completou.

Ele afirmou ainda que não vai, em hipótese alguma, revelar quem o contratou para defender Adélio Bispo. “Eu já avisei [a quem pagou] que, quanto à confidencialidade, ela está garantida”, diz ele. A única pista que ele da sobre o financiador é de que seria uma pessoa ligada a uma igreja frequentada por Adélio Bispo, que o procurou para defender o autor da facada.

Segundo o advogado, houve um acerto para o pagamento de R$ 25 mil reais de honorários, mas apenas R$ 5 mil foram pagos. “Com a confusão que se criou, eu disse na época à pessoa que nem precisava pagar o restante”, afirmou.

A investigação sobre a atuação do advogado estava parada desde março de 2019, quando o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) acatou liminarmente um pedido da OAB. No último dia 3 deste mês, a 2ª seção do tribunal suspendeu a liminar, o que permitiu a reabertura do inquérito. Com informações: O Dia

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