Pré-candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes e o seu irmão, Cid Gomes, senador e ex-governador do Ceará, foram alvos de uma operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (15). Os agentes visaram desarticular um esquema de fraudes envolvendo as obras do estádio Castelão, em Fortaleza, no qual os políticos estariam supostamente envolvidos.
Tendo o aparente objetivo de levantar acusações de cunho político-partidário, a Polícia Federal divulgou uma nota explicando que as investigações do caso tiveram início há quatro anos, sendo deflagrada só agora.
Segundo os agentes, o esquema criminoso teria sido praticado mediante a exigências e pagamento de propinas a agentes políticos e servidores públicos durante a licitação de obras no estádio do Castelão, em Fortaleza, entre os anos de 2010 e 2013. Ao todo, 80 policiais executaram a operação, batizada de Colosseum.
“As investigações tiveram início no ano de 2017, sendo identificados indícios de esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para que uma empresa obtivesse êxito no processo licitatório da Arena Castelão e, posteriormente, na fase de execução contratual, recebesse valores devidos pelo governo do estado do Ceará ao longo da execução da obra”, diz a nota da PF.
Pelas redes sociais, Ciro Gomes negou qualquer envolvimento no esquema. “Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou”, declarou.
Em outra postagem, Ciro agradeceu o apoio prestado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alegando que a operação contra ele e seu irmão seria fruto de um “estado policial de Bolsonaro”, em referência ao presidente da República, como suposta tentativa de lhe intimidar.
“Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados”, declarou Lula, que também já foi preso após ser condenado por corrupção no âmbito da operação Lava Jato.
Ciro, por sua vez, respondeu ao líder petista, agradecendo: “Obrigado presidente Lula. O estado policial de Bolsonaro é uma ameaça à democracia e a todos os democratas. Me considero na obrigação de dar todos os esclarecimentos necessários, em respeito ao povo brasileiro, e o farei”, afirmou.