O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou mais 14 pessoas pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e vandalizadas por manifestantes. Dentre os condenados está Rosana Maciel Gomes, uma motorista de aplicativo e avó de 4 netos, que foi sentenciada a 13 anos e seis meses de prisão.
Até o momento, 173 pessoas foram condenadas pelo STF devido aos atos de 8 de janeiro, sendo a maioria pela prática dos supostos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
No final do ano passado, quando já havia a previsão de condenação, Rosana fez o seguinte comentário: “Eu não acredito nessa condenação [na legalidade]. Eles estão seguindo o trâmite para amedrontar o brasileiro. Para que o brasileiro não venha se manifestar de novo”.
Segundo a Gazeta do Povo, Rosana perdeu o emprego após a sua prisão no ano passado, precisando trabalhar como motorista de aplicativo para sustentar a casa, onde mora com duas filhas e quatro netos. Ela também é responsável pelos cuidados da mãe e de um tio, ambos idosos.
Segundo Rosana, ela estava junto com seis idosas no dia da manifestação, e todas procuraram refúgio nas dependências do Palácio do Planalto, quando as forças de segurança começaram à disparar bombas de efeito moral na área externa, onde havia uma multidão de pessoas.
“Qual foi a nossa intenção? Ajudar as pessoas que estavam ali dentro passando mal, até crianças. A gente não pensou em sair, mas em ajudar as pessoas que estavam ali dentro. Logo em seguida, o Exército entrou e fez uma barreira. Foi aí que a gente resolveu ajoelhar e orar para eles intervirem”, disse ela.
“Não veio na minha mente a ideia de fugir. Fugir do que, se eu não tinha quebrado nada? Eu estava ali dentro para me proteger”, ressaltou. A história de Rosana se assemelha a de outra mulher chamada Iraci Nagoshi, uma idosa de 71 anos, ex-professora, que também foi condenada pelo 8 de janeiro, pegando uma pena de 14 anos de prisão. Veja sobre este caso clicando AQUI.