Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que atualmente também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participou nesta sexta-feira (06/08) de um evento organizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em São Paulo, ao lado dos também ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Na ocasião, o magistrado que vem reiteradamente sendo criticado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devido a sua atuação contra a PEC do voto impresso que tramita na Câmara dos Deputados, revelou que está preocupado com uma possível reação extrema por parte do poder Executivo.
“A quantidade de vezes que me perguntam se há risco de golpe está me deixando preocupado”, afirmou Barroso. “Tenho a postura pública firme de negar a probabilidade de golpe e de afirmar que as instituições estão funcionando”, disse ele, apresentando a sua própria visão do que seria um “golpe”.
Na sequência, Barroso disse acreditar que os militares não endossariam uma possível “aventura” por parte do presidente Jair Bolsonaro. “Não acho que as Forças Armadas embarcariam nesse tipo de aventura. A quebra da legalidade seria desmoralizante para as Forças Armadas”, afirmou o ministro.
O ministro Gilmar Mendes, por sua vez, também reforçou a sua confiança no papel das Forças Armadas, que segundo o Artigo 142 da Constituição Federal é, entre outros, o de garantir a manutenção da Lei e da Ordem no país.
“Tendo a pensar que a democracia está solidificada. Temos tido esses arroubos ao longo desses períodos, mas as respostas institucionais têm prevalecido. […] O Congresso Nacional e o Judiciário têm dado respostas adequadas. As Forças Armadas compreendem seu papel institucional”, afirmou Mendes.