Uma pesquisa realizada pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 18 e 22 de março, mostra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro à frente de Luiz Inácio Lula da Silva em uma eventual disputa pela Presidência da República. A simulação desconsidera, neste caso, o fato do ex-mandatário estar politicamente inelegível, mas confirma um cenário de desgaste vivenciado pelo atual governo.
Segundo a pesquisa, no principal cenário, Bolsonaro teria 37,1% das intenções de voto contra 35,3% de Lula – como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, eles estariam tecnicamente empatados, segundo informações publicadas pela Veja nesta quinta-feira (28).
Ainda no mesmo cenário aparecem o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 7,5%; a ministra Simone Tebet (MDB), com 6,1%; e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com 1,8%. Entre os entrevistados, 8,0% disseram que votariam em branco, nulo ou nenhum e 4,2% não souberam ou não quiseram responder.
A liderança de Bolsonaro no atual contexto sugere que o presidente Lula vem enfrentando um desgaste relâmpago em seu governo, algo que parece estar se acentuando já no início do seu segundo ano de terceiro mandato, após declarações que provocaram uma crise diplomática com Israel e o recebimento de elogios por parte do grupo terrorista Hamas.
Na quarta-feira (27), o advogado e assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, fez uma publicação à noite dizendo que hoje (28) seria um “dia de desespero no palácio” [veja aqui], e que “Janja e Secom trocarão acusações”. Com a notícia da pesquisa eleitoral, agora, apontando a liderança do ex-presidente em uma eventual disputa presidencial, tudo indica que Wajngarten já sabia desses números.
Isto é, aparentemente, Wajngarten teve conhecimento antecipado da pesquisa e acredita que isso poderá abalar as estruturas do governo Lula, agravando ainda mais a crise de popularidade que o atual presidente vem enfrentando junto aos eleitores, especialmente no segmento evangélico.
Além do ex-presidente, Michelle Bolsonaro também foi sondada na atual pesquisa, aparecendo com 43,4% das intenções de voto contra 44,5% de Lula em um cenário onde os dois disputariam a Presidência. Ou seja, ambos estariam empatados, considerando a margem de erro.