A política no Brasil permanece sob tenção, especialmente restando poucos dias para as manifestações previstas para o próximo 7 de setembro, quando apoiadores do presidente Jair Bolsonaro prometem fazer um grande ato em defesa da democracia e contra alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse fato voltou a ser comentado nesta sexta-feira pelo chefe do Executivo, novamente em tom de recado.
“Nós não precisamos sair das quatro linhas da Constituição, ali temos tudo o que precisamos. Mas, se alguém quiser jogar fora dessas quatro linhas, nós mostraremos que poderemos fazer também”, afirmou Bolsonaro durante uma cerimônia de concessão da Ferrovia Oeste-Leste, na Bahia.
O presidente vem subindo o tom contra os críticos, os quais são acusados de adotar políticas públicas contrárias aos interesses da maioria da população, como a restrição das liberdades individuais durante a pandemia do coronavírus.
Quanto aos ministros do STF, Bolsonaro também é contra a decisão de ordenar mandados de busca e apreensão contra apoiadores acusados de propagar “fake news”, conceito esse que ainda não há nem mesmo definição no ordenamento jurídico brasileiro, assim como suspender perfis e até a monetização de canais no YouTube.
Esse conjunto de fatos, somados à política dos governadores locais em sua maioria de oposição ao presidente, alimentaram ao longo dos meses a indignação de grupos bolsonaristas que agora prometem, se preciso, “parar o Brasil” com o apoio de caminhoneiros e empresários aliados do Planalto.
“Após o 7 de Setembro, com essa demonstração gigante de patriotismo, visto nos quatro cantos do país, aqueles um ou dois que ousam nos desafiar, desafiar a Constituição, desrespeitar o povo, saberão voltar para seus lugares”, completou o presidente.