A mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à desconfiança sobre a segurança das urnas eletrônicas está se tornando cada vez mais clara, à medida que o chefe do Executivo comenta a sua expectativa sobre as eleições de 2022. Nesta terça-feira, por exemplo, ele voltou a falar sobre o assunto, chegando a fazer uma declaração taxativa em relação ao papel das Forças Armadas.
Durante uma entrevista, Bolsonaro deu a entender que as Forças Armadas poderiam agir em caso de desconfiança do resultado das eleições em 2022, mas que agora essa possiblidade está afastada, uma vez que os militares participação de todo o processo eleitoral, incluindo a apuração dos votos.
“O Exército poderia pular dentro do TSE para resolver esse assunto [se houvesse indícios de fraudes nas eleições], mas Barroso baixou portaria convidando as Forças Armadas e nós aceitamos”, explicou o presidente. Na sequência, Bolsonaro acrescentou que essa foi uma decisão tomada em conjunto com os comandantes das Forças Armadas.
“Conversando com o ministro e comandantes das Forças, aceitamos o convite para participar de todas as etapas das eleições, desde a abertura do código fonte até a sala secreta”, afirmou o presidente, garantindo que, nessas condições, não há motivo para desconfiar da credibilidade da apuração dos votos.
“Assim sendo, pode confiar no sistema eleitoral. Dificilmente vai ter uma fraude nele. Repito: as Forças Armadas participarão de todos os processos por ocasião das eleições do ano que vem”, enfatizou Bolsonaro ao falar para o Jornal da Cidade Online.
Não é a primeira vez que o presidente enfatiza a participação dos militares nas eleições de 2022. Em outras palavras, ele vem fazendo questão de esclarecer aos apoiadores, especialmente os que participaram das manifestações do dia 7 de setembro, que o seu “recuo” em relação às críticas ao sistema de voto eletrônico se deve exclusivamente à confiança depositada nas Forças Armadas.