O presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta segunda-feira (27) os 1000 dias de governo, segundo o Planalto, “sem nenhum escândalo de corrupção”. Na ocasião, durante uma cerimônia alusiva aos mil dias de trabalho, o chefe do Executivo comentou sobre o papel das Forças Armadas sob o seu comando.
“As Forças Armadas estão ao meu comando, sim”, declarou o presidente, ressaltando que, apesar de ser o Chefe Supremo das tropas militares, isso não lhe dá o aval para agir fora das “quatro linhas” da Constituição Federal.
“Se eu der uma ordem absurda, elas cumprirão? Não. Nem as minhas nem as de governo nenhum. As Forças Armadas têm de ser tratadas com respeito”, destacou Bolsonaro. Em outra ocasião, o ministro Paulo Guedes reforçou o compromisso do governo com a Constituição Federal.
“O presidente sempre joga dentro das quatro linhas. Há um script escrito para colocá-lo no papel de golpista. Ele é um democrata. É um produto da democracia”, afirmou o ministro durante um evento de lançamento de uma nova linha de crédito da Caixa Econômica, também desta segunda-feira.
Dias antes das manifestações do último 7 de setembro, quando só em Brasília cerca de 400 mil apoiadores do governo ocuparam a Esplanada dos Ministérios, circulou pelas redes sociais e em parte da grande mídia rumores de que Bolsonaro poderia acionar às Forças Armadas com base no Artigo 142 da Constituição.
Apoiadores do presidente especularam essa possibilidade e muitos acabaram se frustrando quando viram, por parte o presidente, um “recuo” ao divulgar uma “Carta à Nação” no dia 9, onde cobrou diálogo entre os poderes e chegou até a fazer um elogio ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o qual havia sido chamado de “canalha” por parte do próprio presidente durante os protestos no Dia da Independência.