O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, está prestando depoimento na CPMI que investiga os atos de 8 de janeiro. Na ocasião, ele foi questionado sobre uma fala do ano passado, quando disse que “bandido não sobe a rampa”.
A fala de Heleno, na época, foi interpretada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma referência ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no sentido de que ele não assumiria o governo, apesar da vitória eleitoral em 2022.
Questionado sobre o que disse, o general da reserva não voltou a trás e reafirmou a sua declaração: “Bom, eu, até hoje, continuo achando que bandido não sobe a rampa”, disse ele.
Heleno também garantiu que nada da sua gestão havia ficado pendente durante a transição para o novo comando do GSI, que passou a ser liderado pelo general Gonçalves Dias, que foi flagrado durante a invasão em 8 de janeiro e acabou demitido da função.
“Nenhuma informação foi negada à nova gestão do GSI e nada, absolutamente nada, ficou sob o tapete. Eu tenho o sumário e o conteúdo das palestras que foram proferidas para o então ministro do GSI”, disse Heleno.
Heleno também negou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tivesse participado de alguma reunião com os comandantes das Forças Armadas.
“Eu quero esclarecer que o tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões. Ele era o ajudante de ordens do presidente da República. Não existe essa figura do ajudante de ordens sentar em uma reunião dos comandantes de força e participar da reunião. Isso é fantasia”, disse ele.
Após a declaração do militar, passou a circular nas redes sociais uma foto onde Cid aparece em uma reunião de Bolsonaro, realizada em 2019, com os comandantes da época. O tenente-coronel, contudo, não estava sentado à mesa da reunião.