A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), participou nesta segunda-feira, em Brasília, do seminário “Liberdade de imprensa: onde estamos e para onde vamos?”, promovido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em parceria com a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).
Na ocasião, a magistrada criticou o que, em sua opinião, seriam os “agentes do ódio” e da “desinformação” atuando na internet. A declaração surge dias após ela ser fortemente criticada por ter votado em favor de uma ação que pede a legalização do aborto até três meses de gestação.
“O otimismo inicial com o surgimento de um estado público global de comunicação, por meio da internet, viria a dar lugar ao desalento ocasionado pela ocupação desse espaço, naturalmente democrático, por agentes do ódio e da desinformação, determinados a manipular o pensamento individual e coletivo, de modo a desacreditar as instituições políticas, fomentar a discórdia, incitar a violência e instigar todas as formas de discriminação social”, disse ela.
Weber transpareceu uma visão política ao também criticar o “pensamento fundamentalista”, normalmente associado à direita conservadora. Para a magistrada, é preciso “enfrentá-lo” mediante uma ação coordenada.
“Esse tema [da desinformação] traduz um dos grandes desafios das democracias modernas, especialmente nos países ameaçados cotidianamente pela ascensão de discursos autoritários e do pensamento fundamentalista. Enfrentá-lo requer esforços coordenados e permanentes”, completou.
Uma das críticas da ministra é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que por meio das redes sociais, acusou indiretamente a magistrada, que vai se aposentar no começo do próximo mês, de deixar no país um “legado de morte”.