O debate sobre o uso ou não da hidroxicloroquina no tratamento contra o novo coronavírus parece estar ganhando novos contornos, favorecendo a posição do presidente da República, Jair Bolsonaro, defensor do medicamento.
Após o médico que coordena o trabalho contra a pandemia em São Paulo, David Uip – que pegou o coronavírus e ficou curado – deixar subentendido que fez uso da substância, a Secretária de Saúde do Rio de Janeiro acabou admitindo que foi tratada com o medicamento.
“O tempo todo anotei o que me fazia sentir melhor pensando em usar na rotina do Hospital de Acari, nossa unidade dedicada à Covid”, contou a secretária Beatriz Busch, que foi internada no hospital privado Barra D’Or, segundo informações do jornal O Globo.
“Usaram em mim todos os recursos sobre os quais havia lido em artigos recentes, inclusive a hidroxicloroquina”, disse ela. Chamou atenção a manchete de O Globo ao relatar o caso, uma vez que nem mesmo a citação do medicamento foi feita, passando a impressão de que parte da imprensa estaria evitando falar sobre o assunto.
“Secretária de Saúde do Rio usa remédio polêmico em tratamento contra coronavírus”, diz a manchete do jornal. De forma semelhantemente estranha, o médico que auxilia o governador João Doria na luta contra a pandemia em São Paulo, também se recusou a falar se fez ou não uso da cloroquina.
Até o presidente Jair Bolsonaro observou a recusa do médico em responder a pergunta do apresentador Datena, feita na noite da última segunda-feira, 06. Uip ficou calado e se esquivou da pergunta, dando a entender que sim, fez uso da cloroquina.
Nesta tarça, Bolsonaro então fez publicamente o questionamento para o médico através das suas redes sociais, colocando o profissional contra a parede: “Tomou, ou não, hidroxicloroquina?”, perguntou o chefe do Executivo. Veja aqui.