O jurista, professor e desembargador aposentado Wálter Maierovitch fez duras críticas ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, após o decano do STF fazer o que parece ser uma antecipação pública de voto a respeito do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.
Maierovitch, que atualmente também comenta assuntos do Judiciário para o portal UOL, comentou uma declaração feita por Mendes ao jornal Folha de S. Paulo, quando foi questionado sobre o discurso de Bolsonaro na manifestação ocorrida no último dia 25 na Avenida Paulista.
“Parece [que foi uma confissão], que todos sabiam”, disse o ministro, se referindo à fala de Bolsonaro sobre a minuta de suposto “golpe” encontrada pela Polícia Federal. Para Maierovitch, Gilmar Mendes errou ao comentar o assunto:
“Infelizmente estamos assistindo isso: ministros antecipando juízos fora dos autos. Isso não pode em um Estado Democrático de Direito. Vamos esquecer que ele é ministro e não podia falar, mas falou. Aliás, ele faz isso sempre”, criticou o desembargador.
Maierovitch continuou, dizendo que o ministro do STF deveria ser impichado, pois age como um “papagaio” que se coloca contra os limites constitucionais estabelecidos para a atuação de magistrados da Suprema Corte.
“Vou mais longe: isso é motivo para impeachment. O juiz não pode contrariar a Constituição. Gilmar Mendes é um papagaio há muito tempo, como se ele fosse um formador de opiniões”, disparou o jurista, segundo o UOL.
“Ele usa esse tipo de estratégia e qual o resultado? As pessoas, certamente, colocando o Supremo como tribunal político em que ministros se intrometem em tudo e que ministros pré-julgam, que é o que ele faz sempre […] Ele é um papagaio inoportuno, está o tempo inteiro contra a Constituição e atenta à lei orgânica da magistratura, que proíbe o juiz de se manifestar fora dos autos”, concluiu. Assista: