Os dias de estabilização e até redução dos preços dos combustíveis no Brasil acabaram. Infelizmente, o país é mais um a sentir os efeitos da guerra na Ucrânia, tendo como um dos reflexos o aumento dos combustíveis. Nesta quinta-feira (10), a Petrobrás anunciou um aumento de quase 19% para a gasolina, além de 24,9% para o diesel.
A estatal brasileira estava há 57 dias sem mexer os preços do diesel e da gasolina e há 152 segurando reajustes no gás de cozinha, produto esse que também terá aumento no bolso das famílias. Após o anúncio do reajuste, as ações da estatal chegaram a saltar mais de 5%.
Em nota, a companhia justificou que o movimento se dá “no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda”. Segundo a Petrobrás, apesar do reajuste assustador anunciado hoje, o aumento ainda não reflete a totalidade dos custos oriundos do conflito na Europa.
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, esclareceu a petroleira.
Parte do efeito nos combustíveis se deve à proibição das exportações do petróleo russo, sansão essa imposta pelos Estados Unidos esta semana. Se trata de uma medida sem precedente que visa sufocar a economia russa, a fim de inviabilizar a escalada da guerra promovida pelo presidente Vladimir Putin.
A partir de amanhã, segundo o Valor, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina vendida nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Ou seja, um aumento de R$ 0,54 por litro.