Foi divulgado um vídeo onde o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro aparece reunido com seus ministros, em julho de 2022, tratando do tema das eleições presidenciais daquele ano. Na ocasião, o então chefe do Executivo cobrou reação dos seus subordinados, dando a entender que já sabia qual seria o resultado da disputa eleitoral.
“Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, afirmou Bolsonaro.
O vídeo da reunião ministerial em questão foi utilizado pela Polícia Federal como base do seu pedido para deflagrar a operação feita ontem, quando não só Bolsonaro, mas também a cúpula militar do seu governo, foram alvos de mandados de busca, incluindo apreensão.
A gravação, contudo, não mostra Bolsonaro ou seus ministros sugerindo alguma intervenção ilegal – ao menos não explicitamente. O vídeo dá a entender que o então presidente cobrou medidas em prol de maior transparência no sistema eleitoral, por acreditar que o mesmo seria fraudado.
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, acreditam que a reunião serviu como preparativo para um golpe de Estado, e que Bolsonaro estaria, naquela ocasião, instigando seus ministros a agirem em prol dessa finalidade.
“Todos aqui têm uma inteligência bem acima da média. Todos aqui, como todo povo ali fora, têm algo a perder. Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. Eu parei de falar em voto imp… e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que… eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes”, disse Bolsonaro na reunião.
O então presidente continuou: “Vocês sabem o que está acontecendo. Achando que esses caras estão de brincadeira? ‘Ah, vamos lá…’ Não estão de brincadeira. O que está em jogo é o bem maior que nós temos e contamos aqui na terra, que é a porra da liberdade. Mais claro, impossível. Nós [inaudível] vamos ter que reagir.” ASSISTA: