Uma matéria exclusiva publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado nesta segunda-feira faz uma escandalosa acusação contra o Exército Brasileiro, assim como contra a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que recentemente anunciou a recuperação de metralhadoras que foram desviadas do arsenal da Força Terrestre.
Segundo o jornalista, o Exército e a Civil teriam negociado com um integrante da facção Comando Vermelho a devolução das metralhadoras furtadas de um quartel situado em Barueri (SP), em setembro deste ano.
“A negociação foi detalhada pelo inspetor Christiano Gaspar Fernandes, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, no dia 7 de novembro, em um depoimento a que a coluna teve acesso”, diz Amado em sua coluna no Metrópoles.
Um suposto “colaborador” do Comando Vermelho e um traficante teriam participado da negociação. De acordo com o depoimento, os militares teriam enganado os traficantes fornecendo informações falsas de uma suposta operação na Cidade de Deus, usando isso como uma espécie de moeda de trocas para obter a devolução das metralhadoras
No dia 19 de outubro, a Polícia Civil anunciou ter “encontrado” oito das 21 armas que haviam sido roubadas do Exército. Na ocasião, porém, já havia chamado atenção o fato de ninguém ter sido preso.
Pelas redes sociais, internautas ironizaram a informação de que o Exército teria negociado com criminosos. “Negociar a entrega das armas furtadas do exército de São Paulo, com traficantes do Rio, na boa, é o fim do mundo”, escreveu um seguidor do Metrópoles.
“Não existe nada de positivo nisso, nada, na verdade, foi uma humilhação às instituições constitucionalmente constituídas, mas que pelo visto, teremos que reconhecer”, completou o internauta.
Segundo as investigações do Comando Militar do Sudeste, soldados, cabos, sargentos e tenentes são suspeitos de retirar 13 metralhadoras antiaéreas calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62 do Arsenal de Guerra.
Do total das metralhadoras desviadas, 10 teriam sido devolvidas como parte das negociações, segundo o G1. Ainda segundo o portal, o acordo com o Comando Vermelho previa ainda “que militares e policiais não entrariam na comunidade onde a facção criminosa atua se devolvesse as armas em troca”.
Em resposta a repercussão da notícia da suposta negociação com traficantes, o Comando Militar do Sudeste (CMSE), que investiga o caso, divulgou nota negando o contato do Exército com criminosos:
“Em resposta à demanda enviada por mensagem eletrônica, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) destaca que a informação questionada não procede. O CMSE ressalta que ações tomadas são sempre pautadas pelo princípio da legalidade”, informa o comunicado do Exército.